domingo, 27 de dezembro de 2015

TRANSVER ESCOLAS: Escolas da Floresta

O blog Catadores da Cultura Infantil começa agora uma série de postagens sobre outros modelos de escola. O nome da série, Transver Escolas, é um convite feito pelo poeta brasileiro Manoel de Barros, que nos alerta que é preciso "transver o mundo".
A sociedade está mudando e o modelo conhecido de se fazer escola talvez já não atenda mais as atuais demandas. Além disso, em tempos que estamos discutindo a ampliação do acesso das crianças na Educação Infantil e ao mesmo tempo discutimos uma base que orientará os currículos, é importante conhecer e alargar os nossos horizontes sobre as tantas possibilidades que existem para pensarmos espaços que acolham as crianças na coletividade.

Precisamos transver escolas que diminuam os abismos entre a cultura dos adultos e a cultura das crianças, entre a vida que pulsa e a escola que paralisa, entre a pressa do capital e a resistente forma de viver o tempo que as crianças ainda guardam com elas.


Para começar, Escolas da floresta ou Forest School

As escolas da floresta surgem na Suécia na década de 50 por um soldado aposentado que desejava ensinar para as crianças formas de resistência e sobrevivência em ambientes naturais.
Inspiradas nas ideias de Froebel, a proposta das escolas da floresta é despertar nos meninos e meninas o respeito pelos ambientes naturais através de experiências práticas e cotidianas diretas.





Comum nos países nórdicos como Alemanha, Suécia, Inglaterra, País de Gales e Dinamarca, atualmente, em alguns destes lugares as escolas da floresta estão se tornando opção de serviço de educação infantil para as crianças maiores de 3 anos.
 
Para entender como funciona, diariamente as crianças se encontram em um dos local previamente marcado e se dirigem para um dos bosques ou parques da cidade. Nestes locais existe um pequeno abrigo para guardar alguns utensílios básicos para as crianças utilizarem.


Ao chegarem no bosque, com ajuda dos adultos que acompanham, as crianças são convidadas a armarem uma barraca para brincadeiras e histórias, fazer a fogueira, catar insetos para descobrir sobre os segredos do bosque e, principalmente, brincar livremente pelas árvores.
Quanto a temperatura, a 7 graus negativos, as crianças frequentam os bosques da cidade.


Não existe um proposta a priori para as crianças. O que orienta o trabalho é a ideia de contribuir para que construam autoconfiança, independência e autonomia. Além disso, é uma proposta para que "descubram suas habilidades sem medo de fracassar ou de receberem críticas" (BROCK et al, p. 103, 2011).



Abaixo compartilhos dois vídeos para ilustrar um pouco desta experiência.



School's Out: Lessons from a Forest Kindergarten (Trailer) from Lisa Molomot on Vimeo.



Para mais informações:

Um dos capítulos do livro ao lado comenta sobre alguns modelos curriculares para a Educação Infantil.
BROCK, A. et al. Brincar: aprendizagem para a vida. Porto Alegre: Penso, 2011. 432p.

Para comprar e saber mais, acesse aqui.

Consulte o site www.foresteducation.org, nele você poderá conhecer mais sobre o tema.

Nenhum comentário:

Postar um comentário